27 Fev Quando as luzes se apagam – Análise do filme à luz da filosofia Racionalista Cristã

O Racionalismo Cristão é uma filosofia que fortalece, esclarece e espiritualiza os espíritos em posse de um corpo físico, vivendo uma experiência humana no Planeta Terra, com o objetivo de contribuir com a evolução espiritual dos seres. Para tanto, disponibiliza recursos tais como vultuosa publicação de livros, reuniões públicas a distância e on line, escola de estudo das obras, atendimento personalizado, conteúdo web, enfim, várias formas de se ter acesso ao conhecimento são disponibilizadas para promover o acesso de cada vez mais pessoas a essa fonte inesgotável de conhecimento sobre a espiritualidade.

Além disso, articular os conceitos da filosofia a filmes, teatro, livros e etc, contribui para assimilação dos conteúdos a partir de outros estímulos. Sendo assim, seguiremos com a análise do filme “Quando as luzes se apagam” gênero suspense/terror, identificando elementos passíveis de articulação com os ensinamentos da filosofia Racionalista Cristã.
O filme conta-nos a estória de uma família atormentada por um “ser” maligno que aparece “quando as luzes se apagam.

Sinopse: Desde que era pequena, Rebecca tinha uma porção de medos, especialmente quando as luzes se apagavam. Ela acreditava ser perseguida pela figura de uma mulher e anos mais tarde seu irmão mais novo começa a sofrer do mesmo problema. Juntos eles descobrem que a aparição está ligada à mãe deles, Rebecca começa a investigar o caso e chega perto de conhecer a terrível verdade.

Os comentários e críticas encontrados na Web sobre o filme, são das mais diversas linhas de observação: sobre atuação dos atores, sobre o trabalho de filmar luz e sombra (o que dá ‘vida’ ao ser maligno visto apenas no escuro/penumbra), sobre como a função de sua classificação como suspense/terror foi fiel ou não, enfim… Aqui trataremos de analisar as principais personagens e elementos relevantes para análise no contexto da espiritualidade (a relação que existe entre elas, sob o viés da espiritualidade.)

O Racionalismo Cristão nos ensina que o pensamento é vibração do espírito, “que como o som e a luz que se propagam pela atmosfera terrestre em velocidades variáveis, o pensamento percorre a atmosfera fluídica da Terra… Os pensamentos ficam ligados a fonte de origem e se tornam mais potentes ao se juntarem a outros pensamentos idênticos, enquanto persistirem os motivos que o geraram, criando condições proporcionadoras de saúde ou enfermidade, de alegria ou tristeza, de triunfo ou fracasso, bem ou mal-estar. (RC 46, pág. 42)

Iniciaremos a análise pela personagem Sophia, mãe de Rebecca, que é a peça chave da trama. Sophia esteve internada em uma instituição para tratamento psiquiátrico em sua adolescência, por conta de uma depressão. Nessa ocasião, conheceu Diana, também internada nessa instituição, que se tornou sua única e melhor amiga. Diana tinha um problema de pele que era extremamente sensível a qualquer tipo de luz, por isso precisava evitar qualquer exposição, pois provocava feridas abertas por todo o corpo. Antes de ir para essa instituição, Diana passou por situações degradantes com o pai, que a aprisionou em um quarto escuro, além de lhe desferir outros maus tratos. Após passar por um tratamento experimental para cura de sua doença da pele, Diana desencarna. “A morte do corpo físico não representa o término da vida, mas sim, o recomeço de uma nova jornada, nunca o fim do que não termina, que é a vida espiritual. (A Vida Transcendente – 2ª. Edição, pag.64)

No decorrer da trama, fica evidente que o único elo de ligação de Diana com o mundo físico é Sophia, que com depressão, está desequilibrada psiquicamente, o que a torna a presa perfeita para tal intuito. Além disso, Sophia possui mediunidade mais sensível que outros seres, o que permite a continuidade dessa “amizade” com Diana. Por desconhecer seu grau de mediunidade, Sophia não sabia da importância de cultivar bons pensamentos, que afastam influências danosas do astral inferior, selecionar bem as pessoas com as quais se relacionar. Esses cuidados contribuem para que possamos nos manter firme contra o desânimo, cultivando vontade forte para enfrentar de fronte erguida qualquer revés , comum a vida terrena. E estando Sophia completamente fragilizada nesse sentido, não cuidava bem do seu corpo físico, não dando a correta continuidade ao seu tratamento para depressão. E isso era intuído por Diana, pois, quando Sophia não realizava seu tratamento corretamente, era possível manter essa conexão.

“A mediunidade é uma forma de perceber coisas, fatos ou fenômenos, além dos que possibilitam os cinco sentidos humanos. Ela se manifesta de várias maneiras e em diferentes graus de percepção, de acordo com a sensibilidade espiritual de cada pessoa, sendo também, uma faculdade natural em todos os seres humanos, sem exceção, que dispõe pelo menos da mediunidade intuitiva, a qual varia, ainda assim, de pessoa para pessoa, de conformidade com o desenvolvimento que vai obtendo nas múltiplas existências.” (A vida transcendente – 2ª. Edição).

E Diana, espírito do astral inferior, usa de todos os artifícios para afastar de Sophia todas as pessoas que pudessem atrapalhar seus intuitos. “Nem sempre o espírito obsessor tem consciência do mal que produz. É também vítima dos erros que praticou quando em vida física pelo desconhecimento da vida espiritual.” (RC 46 – pág 84)
“O portador de distúrbio psíquico geralmente cuida pouco da saúde e não se esforça para dominar seus ímpetos. O resultado é sempre estar caindo nas malhas traiçoeiras de espíritos que permanecem na atmosfera fluídica da terra, seguindo pelo mau caminho da perturbação psíquica.” (RC 46 – pág 87)

Sophia vê seus filhos em perigo, pois, já havia perdido dois maridos pelas mãos de Diana e decidiu que iria defender seus filhos a todo custo. Se vendo sem saída, e tendo percebido que Diana estava em “sua mente”, ao tentar desferir tiros em Diana, e esta dizer ‘isso não me machuca’, e avançar na direção de Sophia, esta então aponta a arma para a própria cabeça e diz ‘mas, isso sim’. Diana se desespera e tenta impedir a ação de Sophia, mas é tarde. Sophia, tirou a própria vida com um tiro na cabeça. Assim, Diana desaparece. Muitas pessoas, desconhecedoras de sua mediunidade são consideradas loucas, mas, na verdade, trata-se apenas de ausência de conhecimento da verdadeira vida espiritual.

“Assim sendo, reafirmamos: para viver com aproveitamento, o leitor precisa conhecer-se a si mesmo, partindo do princípio básico e fundamental de que é um composto de Força e Matéria. A emanação da Inteligência Universal é o espirito. A matéria – o corpo humano – é apenas o meio de que o espírito se serve para promover sua evolução na Terra.” (RC 46 – pág. 78)

Portanto, pode-se concluir com a análise do filme ‘Quando as luzes se apagam’ ou ‘Lights Out’ como é também encontrado em algumas plataformas de entretenimento/streaming, a importância de se conhecer como Força e Matéria, da importância de cultivar sempre bons pensamentos, e do infinito estudar da vida espiritual. Quando a ‘luz se faz em nosso espírito’, nos tornamos conscientes de nossas falhas e erros e nos fortalecemos para a prática do bem. O conhecimento, a verdade, a disciplina podem salvar vidas!

Por Patrícia Flores

Referências Bibliográficas:
MATTOS, Luiz de. Racionalismo Cristão, 46ª. Ed. R.J. 2023
A vida transcendente – 2ª. ed.rev., Diretoria de Ação Filosófica e Disciplinar – Sede Mundial do Racionalismo Cristão, 2023