![](https://filialbhrc.org.br/wp-content/uploads/2024/03/Imagem-post-blog-15.jpg)
05 Mar Como Cheguei à Verdade: a história de Maria de Oliveira – resenha do livro homônimo
Maria de Oliveira nasceu em uma cidade portuguesa denominada Ovar em 24 de dezembro de 1890. Seus pais, modestos lavradores, criaram 11 filhos, sendo Maria a filha mais velha.
![](https://filialbhrc.org.br/wp-content/uploads/2024/03/ovar.jpg)
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Ovar#/media/Ficheiro:OVAR-aerial_view-20230731.jpg
Com toda a certeza, Maria de Oliveira foi o instrumento mediúnico escolhido pelas forças superiores para auxiliar na expansão do Racionalismo Cristão na África. Isso porque ela, a seu modo, já praticava os princípios da doutrina muito antes de a conhecer e desde de tenra idade já manifestava o alto grau evolutivo que seu espírito possuía. O livro “Como cheguei à verdade” é uma autobiografia, na qual Maria relata os acontecimentos mais marcantes da sua vida, suas batalhas, sua confiança inabalável nas Forças Superiores e sua relação com a mediunidade.
O referido livro é dividido em três partes: na primeira, ela relata fatos da sua vida e tudo o que contribuiu para que ela chegasse ao continente africano; na segunda parte, Maria relata como, a serviço das Forças Superiores, usava suas faculdades mediúnicas para auxiliar os espíritos encarnados e desencarnados; por fim, na terceira e última parte, ela relata como finalmente chegou à verdade ao tomar conhecimento do Racionalismo Cristão.
Tudo começou quando, já tendo contraído matrimônio, Maria e seu marido alimentavam a ideia recíproca de, aos poucos, conhecer outras terras e novas pessoas. A oportunidade logo veio quando seu marido recebeu a proposta de emprego para ser maquinista num moinho de cereais em Luanda.
Após dois anos na capital de Angola e devido às boas relações que o casal possuía com todos os que os conheciam, o marido de Maria recebeu nova proposta de emprego, desta vez para ser empreiteiro da construção da ferrovia de Moçâmedes. Cientes das responsabilidades familiares e conjugais, das paradas inóspitas e desérticas para onde o casal iria se dirigir e do clima severo, ambos, confiantes em si mesmos, decidiram aceitar tal proposta.
![](https://filialbhrc.org.br/wp-content/uploads/2024/03/image-1-1024x646.png)
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Caminho_de_Ferro_de_Mo%C3%A7%C3%A2medes#/media/Ficheiro:Mossamedes_-_Partida_inaugural_do_Comboio_em_29_de_Setembro_de_1905.jpg
Em Moçâmedes, Maria se instalou em uma palhoça. Construções muito comuns naquela época e que eram erguidas e depois abandonadas à medida que a construção avançava. Foi nesse ponto que começaram inúmeras batalhas na vida dela. Porém, Maria elevava seus pensamentos com grande confiança na Grande Luz, como ela então denominava o Grande Foco e as Forças Superiores.
Em um desses momentos, Maria presenciou com muito sofrimento um embate sangrento entre nativos de Angola e os portugueses ali presentes. Todavia, ela ressalta que se não fosse sua grande confiança, aliada a bons pensamentos direcionados às Forças Superiores, não teria sido possível suportar os acontecimentos e inclusive auxiliar os feridos da guerra que chegavam a sua casa. A serviço das Forças do Bem, Maria transformou sua casa num pequeno hospital, atendendo brancos e negros sem distinção.
![](https://filialbhrc.org.br/wp-content/uploads/2024/03/Maria-de-Oliveira-1.jpg)
Infelizmente, essa não seria a menor das batalhas a serem enfrentadas. Devido a dedicação ao trabalho, Maria de Oliveira e seu marido conquistaram muitos bens materiais e abriram vários empreendimentos. Nesse sentido, eles possuíam uma vida tranquila e abastada suficiente para criar sua filha. Todavia, o marido, se deixando levar pelas forças do astral inferior, começou a se deixar levar por vícios de toda ordem. Se entregando aos vícios, inclusive do jogo, acabou por destruir todo o patrimônio outrora conquistado e se endividando completamente.
Para conseguir alimentar a filha, Maria se dedicou à costura para conseguir algum sustento. Todavia, seus recursos ficaram tão escassos que não conseguia uma alimentação digna também para si. Além disso, sofria com constantes humilhações, devido aos cobradores que vinham bater à sua porta por causa das dívidas do marido.
Futuramente, viria perder também sua máquina de costura, passando a se dedicar ao cultivo de alimentos no quintal de sua casa. Decidindo se divorciar do marido que só afundava em seu próprio lamaçal, Maria passou a cuidar sozinha de sua filha. Todavia, ela mantinha seus pensamentos sempre voltados para as Forças do Bem para que não lhe faltasse força e confiança.
A essa altura, as faculdades mediúnicas de Maria já estavam a serviço das Forças Superiores, contribuindo para que ela participasse de uma série de missões espirituais e também fosse alvo de ações maléficas do astral inferior.
Em uma ocasião passada, Maria era a responsável por alimentar o gado da família e o acomodar no estábulo. Tendo cumprido sua missão no final do dia, retornou para casa. Seu pai, mais tarde, ao retornar de um serão com os amigos viu, a muito contragosto, um de seus bois, o boi “Pinto” enfurecido e solto a destruir a plantação.
Tomado por intensa raiva, o pai de Maria lhe dirigiu palavras ríspidas, dizendo que a culpa era toda dela ao mesmo tempo em que se dirigia para o estábulo para verificar se os outros bois estavam também soltos. Chegando lá, atônito, percebeu que tudo estava na mais perfeita ordem e o boi “Pinto” jamais saiu do seu lugar. O animal estava manso e calmo. Foi então que ambos perceberam que tal obra foi uma armadilha das forças inferiores para lançar a ira do pai contra filha. Devido a esse e a muitos outros acontecimentos, Maria ressalta que os indivíduos mais desenvolvidos espiritualmente são os mais atacados pelo astral inferior quando não sabem se defender.
Maria também auxiliava as Forças Superiores em desdobramento. Em uma dessas ocasiões, seu espírito foi levado até um veículo de passageiros que rodava por estrada coberta de capim alto nas margens e que encobria um grande despenhadeiro. Ao serviço das Forças do Bem, Maria se materializou e, fazendo parar o motor, puxou o freio de mão. Em consequência o veículo desligou por completo.
![](https://filialbhrc.org.br/wp-content/uploads/2024/03/Maria-de-Oliveira-2.jpg)
Diante da parada brusca, os passageiros ficaram incomodados com o motorista, que por sua vez, estava perplexo por aparecer alguém de repente do seu lado e que só ele conseguia ver. Acalmado os ânimos, alguns passageiros desceram para caminhar enquanto outros se concentravam em ajudar o motorista a consertar o motor. Após andar algumas dezenas de metros foi com espanto que esses passageiros avistaram um enorme buraco causado por um desmoronamento de terra, que teria feito o ônibus lançar-se despenhadeiro abaixo.
Após a surpresa do motorista e passageiros, muitos se lançaram a fazer agradecimentos silenciosos. Passado o perigo, o motor voltou a funcionar normalmente e a viagem prosseguiu. Nesse seu relato, Maria nos ensina como a Grande Luz auxilia e defende as criaturas das forças inferiores, sem que a maioria se aperceba.
É também importante ressaltar que Maria possuía tamanha bagagem mediúnica e espiritual, que ela realizava em sua casa sessões de limpeza mental. Ajudando, inclusive, na recuperação de enfermos do espírito. Isso tudo antes de conhecer o Racionalismo Cristão.
No ano de 1933, dois senhores, Manuel Augusto Teixeira e Adelino dos Santos de Oliveira procuraram Maria para convidá-la para participar de um grupo espírita. Receosa, negou pois achava ruim se envolver com sessões espíritas. Todavia, o senhor Manuel Augusto Teixeira informou que um senhor chamado Morais, que havia acabado de chegar de Cabo Verde, possuía um livro que era a base dos trabalhos realizados em um centro espírita e que se Maria quisesse ler, ele o emprestaria.
Foi assim que chegou às mãos deste grande instrumento mediúnico o livro Racionalismo Cristão. Foi pelo estudo da doutrina e da sua disciplina que ela considerou fortalecedora da alma e ao conhecer a limpeza psíquica, que Maria pode ver que as suas orientações de natureza espiritual bem como as sessões de limpeza mental que realizava em sua casa, já eram clarões da prática dos princípios. Devido a isso, não foi difícil para ela adotar a prática do Racionalismo Cristão.
Foi com o livro base que Maria pode enfim ter conhecimento do que é a mediunidade. Ela nos ensina, através da sua compreensão, que a mediunidade cuidadosamente desenvolvida sob a ação das Forças Superiores e seu uso voltado para o bem é faculdade espiritual que dá ao portador grande responsabilidade, mas enquanto se mantiver fiel às normas disciplinares, terá sempre ao lado as Forças Superiores.
Através do seu exemplo e posteriormente através da sua compreensão sobre os ensinamentos da doutrina, Maria de Oliveira nos ensina que devemos dar valor ao nosso pensamento que possui um poder enorme. A verdadeira felicidade consiste em se colocar o pensamento voltado para o Bem e que cada um de nós deve se conhecer como Força e Matéria.
A autora ressalta que o medo é uma forma de avassalamento e que desde que estejamos com a consciência tranquila, não há nada para ser temido. A luta do bem contra o mal é diária e a melhor arma de defesa do ser contra as forças inferiores é saber manejar bem seu pensamento que deve ser elevado e límpido.
De forma interessante, a autora pontua que se a humanidade estivesse esclarecida, ela teria com os pensamentos o mesmo cuidado que devemos ter com a corrente elétrica e o fogo. Nesse sentido, de acordo com Maria de Oliveira, para ser racionalista cristão não basta apenas frequentar as reuniões ou ler obras, é preciso pautar a vida na moral e na justiça e pensar sempre no bem de tudo e todos.
![](https://filialbhrc.org.br/wp-content/uploads/2024/03/livro-Maria-de-Oliveira.jpg)
Muitos de nós racionalistas cristãos já ouviram a frase: “é preciso ser racionalista cristão na forma e no fundo”. Gostaria de ressaltar que Maria de Oliveira é um exemplo disso. Em sua autobiografia, ela trás um total de 24 relatos de casos de fenômenos transcendentes dos quais participou. Sem sombra de dúvida, não só esse material, mas o livro como um todo é uma excelente fonte de estudos para quem quer entender os mecanismos desses fenômenos, o agir das Forças Superiores, o agir do astral inferior e também entender, sem fanatismos, sobre fenômenos mediúnicos.
Por Izabella de Freitas Acipreste
REFERÊNCIA:
OLIVEIRA, Maria de. Livro Como Cheguei a Verdade, 8ª ed.
Liane
Postado em 14:53h, 05 MarçoA primeira vez que eu li este livro me emocionei com cada relato, é realmente um livro para se ler repetidas vezes tamanhas lições que ele nos oferece. Amo esse GRANDE ESPÍRITO que muito fez e faz pela humanidade.
Domingas Jorge
Postado em 20:22h, 05 MarçoEssa obra editada em 1977 foi à luz do meu reencontro comigo mesmo. Sinto eternamente grata por tudo que Racionalismo Cristão fez acontecer em minha vida. Hoje com 83 anos sinto-me permanentemente com a Lúz do Astral Superior em meu viver diário. Gratidão
Sempre Domingas Jorge