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05 Jun Loucura, sociedade e espiritualidade
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Loucura sempre foi e continua sendo um tema polêmico e instigante. As definições de loucura e a forma de conduzir a questão no mundo podem se apresentar de maneiras controversas, dividindo opiniões, segregando pessoas, seres humanos… espíritos empossados de um corpo físico vivendo uma experiência humana no planeta escola Terra.
Para a Psicologia “loucura ou insanidade” é uma condição da mente humana caracterizada por pensamentos considerados anormais à sociedade ou a realização de coisas sem sentido. É resultado de algum transtorno mental.
Na visão da lei civil, a insanidade revoga obrigações legais e até atos cometidos contra a sociedade civil, com diagnóstico prévio de profissionais da saúde mental, julgados então como insanidade mental.
Em uma viagem histórica pela Grécia em tempos remotos, vemos que para o poeta grego Homero, ‘os homens não passariam de bonecos à mercê dos deuses e teriam, por isso, seu destino conduzido pelas “moiras”, o que criava uma aparência de estarem possuídos, ao qual os gregos chamaram “mania.’
Sócrates, importante filosofo grego, considerava quatro tipos de loucuras: a profética, em que os deuses se comunicariam com os homens possuindo o corpo de um deles, o oráculo. O ritual, em que o louco se via conduzido ao êxtase através de danças e rituais, ao fim dos quais seria possuído por uma força exterior. A loucura amorosa, produzida por Afrodite e a loucura poética, produzida pelas musas. A mania (termo grego para loucura), personificada no Deus Dioniso, também poderia assumir, segundo Platão, a forma de uma “loucura divina” (theía mania), sendo essencial para o exercício da filosofia.
O francês Philipe Pinel, zoologista e médico que dedicou-se aos estudos da Psiquiatria, alterou significativamente a noção de loucura ao anexá-la à razão. Notabilizou-se por ter considerado que os seres humanos que sofriam de perturbações mentais eram doentes e que ao contrário do que acontecia na época, deviam ser chamados de doentes e não tratados de forma violenta. Foi o primeiro médico a tentar descrever e classificar algumas perturbações mentais, demência precoce, indecisão crônica e esquizofrenia.
Já Michel Focault, filósofo, historiador das ideias, teórico social, filólogo, crítico literário e professor da cátedra História dos Sistemas do Pensamento, no célebre Collège de France, de 1970 até 1984, ao diferenciar o louco do criminoso, obnubilou, tornando-o velado, o aspecto de julgamento moral que constituía até então o principal parâmetro da definição da loucura. Este aspecto moral deixou de ser parâmetro, mas persistiu como uma sensibilidade, um paradigma envolto nos fenômenos designados “da loucura”.
Hegel, filósofo alemão nascido em 1770, afirmou que a loucura não seria a perda abstrata da razão: “A loucura é um simples desarranjo, uma simples contradição no interior da razão, que continua presente”. A loucura deixou de ser o oposto à razão ou sua ausência, tornando possível pensá-la como “dentro do sujeito”, a loucura de cada um, possuidora de uma lógica própria. Hegel tornou possível pensar a loucura como pertinente e necessária à dimensão humana, e afirmou que só seria humano quem tivesse a virtualidade da loucura, pois a razão humana só se realizaria através dela.
A definição de loucura pelo dicionário Michaelis loucura traz algumas definições: “1- Doença mental caracterizada pela alienação total do indivíduo em relação aos fatos que lhe são pertinentes; 2- Ato, estado ou dito que revela falta de senso ou de juízo; maluquice, piração; 3- Extravagância no agir; 4- Paixão excessiva; 5- Procedimento que revela insensatez.
A loucura é um assunto inesgotável. A palavra loucura, ainda hoje, nos remete a exclusão, a negligência, a violação de direitos constitucionais, a segregação. A história da loucura é marcada pela desumanização do louco, pelo esvaziamento de suas vontades e por uma profunda exclusão. No entanto, a loucura também pode ser vista como uma questão de como a pessoa se relaciona com os outros, consigo mesma e como enxerga o mundo. Como podemos observar no decorrer do texto, a tratativa sobre o assunto ‘loucura’ tem nuances diferenciadas em contextos históricos e culturais distintos.
Os estudos da filosofia Racionalista Cristã, elucida nos sobre a evolução do espirito, o que somos e o que estamos fazendo no planeta-escola Terra. Nosso codificador, Luiz de Mattos, com toda sua vontade forte, determinação e em pleno uso de todos seus atributos espirituais, codificou nossa filosofia, passou por intempéries completamente hostis, mas seguiu firme, confiante, determinado.
Um recorte importante da trajetória do nosso mestre nos conta sobre um marcante momento em que Luiz de Mattos abre um espaço dedicado a cuidar das pessoas ditas ‘loucas’ pela sociedade, submetidas a tratamentos que não foram bem sucedidos anteriormente. E sim, as pessoas que por lá passaram obtiveram êxito, recobrando a saúde mental e física.
Na obra base a filosofia intitulada ‘Racionalismo Cristão’, em seu capítulo: – Mediunidade, médiuns e os fenômenos físicos e psíquicos, nos traz o seguinte: “Muitos loucos são médiuns que chegaram a esse lamentável estado psíquico por não terem noção da sua faculdade mediúnica. A loucura é, em geral, resultado do desconhecimento da vida espiritual.” Esse capítulo ainda esclarece-nos sobre a importância de mantermos a disciplina do pensamento, principalmente aos médiuns, que podem tornar-se presas fáceis de ciladas de espíritos desprendidos de matéria física densa e cometer desatinos de graves consequências.
Nesse sentido, fica claro percebermos as consequências danosas da inobservância do cuidado com nossos pensamentos. Por afinidade, podemos atrair as influências danosas de espíritos do astral inferior, livres da matéria física, que não compreendendo o que acontece-lhes nesse momento, permanecem na atmosfera fluídica da Terra, e encontrando polo de atração, influenciam/ intuem os seres encarnados a cometerem atos que trazem consequências danosas aos espíritos encarnados. Atos que podem versar sobre vícios de toda ordem, crimes, comportamentos estranhos (sendo esses diversificados e podendo ser confundidos com atos de loucura). Ademais, contribui para a perda de uma existência física, ao que os seres tomarão conhecimento do fato ao retornarem a seus mundos de origem.
A falta de harmonia espiritual faz com que o ser humano perca algum elo de seu equilíbrio, tornando o ser inseguro e permitindo que insignificâncias vão lhe perturbando o espírito – trouxe-nos José Amorim em sua obra Psiquismo Prático do Racionalismo Cristão. Essa desarmonia acarreta em desacertos nas atitudes físicas e mentais. A disciplina no viver terreno constitui poderoso escudo contra os maus hábitos, os maus pensamentos e ações, que vem contribuindo para a obsessão dos seres. Portanto, é imperioso reforçar que a disciplina explanada e defendida pelo Racionalismo Cristão apresenta se como poderoso antídoto contra a obsessão dos seres em posse de um corpo físico. O uso adequado do livre arbítrio e o apoio do raciocínio lúcido proporcionados pela limpeza psíquica diária e pelo esclarecimento espiritual formam em torno da pessoa uma couraça fluídica que impede a aproximação de influências astrais perturbadoras da mente, precisamente por não haver corrente vibracional para tal conexão.
Por Patrícia de Souza Flores – Psicóloga e Militante da Filial Belo Horizonte do Racionalismo Cristão
Referências Bibliográficas
MATTOS, Luiz de. Racionalismo Cristão, 46ª. Ed. R.J. 2023
AMORIM, José Maria Braga de, Racionalismo Cristão – 1995
A vida transcendente – 2ª. ed. rev., Diretoria de Ação Filosófica e Disciplinar – Sede Mundial do Racionalismo Cristão, 2023
https://www.jusbrasil.com.br/artigos/direito-a-loucura/1273052269#:~:text=Quando%20se%20fala%20em%20louco,todos%20independente%20de%20qualquer%20caracter%C3%ADstica. Acesso 02/06/2024
https://pt.wikipedia.org/wiki/Loucura#:~:text=A%20loucura%20ou%20insanidade%20%C3%A9,resultado%20de%20algum%20transtorno%20mental. Acesso em 02/06/2024
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