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11 Jun Resenha do filme: Vida
Dirigido por Daniel Espinosa e escrito por Rhett Reese e Paul Wernick, “Vida” é uma obra de ficção científica, terror e suspense que nos leva a refletir sobre a busca espacial por outras formas de vida.
Tudo começa quando uma equipe de seis astronautas em uma missão espacial internacional busca por formas de vida no planeta Marte. Após conseguirem coletar amostras do planeta, um dos tripulantes, o biólogo Dr. Hugh Derry (Ariyon Bakare) consegue identificar uma única forma de vida: um ser unicelular que parecia estar em estado de dormência.
Esta única célula parece não conseguir sobreviver em uma atmosfera como a que existe atualmente em Marte. Então os cientistas simulam no laboratório da espaçonave uma atmosfera viável a sobrevivência de um ser vivo. Tendo o ambiente necessário, o ser unicelular desperta da sua dormência e começa a crescer rapidamente, deixando de ser unicelular e se tornando um organismo multicelular.
Enquanto o alienígena se desenvolve, as notícias da missão até então bem sucedida, chegam aos habitantes da Terra e os estudantes de uma das escolas selecionadas, escolhem nomear o novo integrante da nave com o nome de Calvin.
A missão espacial seguia seu curso normal, até acontecer um acidente no laboratório e Calvin entrar novamente em dormência. O Dr. Hugh Derry tenta fazer com que ele saia desse estado dando pequenos choques de baixa atenção. Todavia, quando Calvin desperta, não é mais aquele ser que parecia ser amigável. Pelo contrário, ele se torna feroz e ataca o Dr. Hugh, esmagando impiedosamente sua mão e fazendo com que o cientista desmaiasse de dor.
Todos os tripulantes ficam em alerta e, revelando uma inteligência fora do comum, Calvin consegue pegar um objeto perfuro cortante e rasgar a luva da câmara onde se encontrava, conseguindo assim escapar. Revelando sua ferocidade e sua ânsia implacável por sobrevivência, Calvin acaba atacando um rato do laboratório, devorando-o e assim, crescendo mais ainda.
O engenheiro Rory Adams (Ryan Reynolds) aproveita a oportunidade para adentrar na sala e resgatar Hugh. Ele consegue salvar o amigo, mas não consegue escapar do alienígena: mesmo Rory tentando matá-lo com um lança chamas, Calvin consegue entrar no corpo dele, através da boca, matando o astronauta e consumindo sua carne. Assim, o alienígena se torna maior e mais forte e escapa do laboratório através de saídas de ar.
Durante o filme, é possível ver como Calvin entende rapidamente os mecanismos da nave e por onde deve entrar ou sair para sobreviver. Depois desses acontecimentos, segue-se uma luta intensa entre o alienígena e os astronautas pela sobrevivência. O primeiro tenta garantir seu alimento e crescimento, os segundos, tentam garantir que Calvin não chegue de maneira alguma à Terra.
A nave acaba perdendo seu contato com a Terra. Em uma tentativa de se restabelecer a comunicação, a comandante da missão, Katerina Golovkina (Olga Dykhovichnaya), sai da estação espacial para tentar consertar os canais de comunicação. Todavia ela é atacada por Calvin, que danifica o sistema de refrigeração do seu traje espacial fazendo com que um líquido vaze por dentro. A comandante, recusando-se a abrir a escotilha para o alienígena não entrar novamente na nave, acaba por sacrificar a própria vida. Apesar disso, Calvin consegue entrar na nave através dos propulsores.
Em dado momento, o Dr. Hugh morre por uma parada cardíaca e a equipe percebe que Calvin grudou na perna do cientista e estava se alimentando dele. Em consequência, Calvin cresce e se torna uma criatura tentacular maior e mais forte, atacando o restante da tripulação.
Antes da perda da comunicação, os tripulantes da nave haviam enviado um pedido de socorro à Terra. Assim, a Terra envia em resposta, uma cápsula com uma missão. Todavia, o que seria motivo de esperança, acaba por se tornar motivo de desespero.
Acreditando que este é um resgate, o tripulante e piloto Sho Murakami (Hiroyuki Sanada) corre para embarcar na nave que chegou, tentando forçar a abertura da cápsula. Todavia, quando ele abre a escotilha, Calvin o ataca juntamente com a equipe da cápsula vinda da Terra.
O Dr. David Jordan (Jake Gyllenhaal) e a Dra. Miranda North (Rebecca Ferguson), os únicos sobreviventes, percebem que o incidente com a cápsula os fez entrar em uma órbita de colisão com o planeta. Consciente de que Calvin poderia sobreviver à reentrada na atmosfera da Terra, David lembra de dois módulos de fuga da estação espacial. Então, os cientistas elaboram um plano: David iria atrair Calvin para um dos módulos e pilotá-lo para o espaço profundo, enquanto Miranda escapava para a Terra no outro módulo.
Será que eles foram bem sucedidos?
O filme “Vida”, além da ficção científica, nos proporciona um excelente suspense e é uma obra bem escrita, bem dirigida, com ótimos efeitos especiais. Soma-se a isso o excelente elenco de atores. Vale a pena assistir e fazer um paralelo com a espiritualidade.
O Racionalismo Cristão nos ensina que o planeta Terra é em relação ao Universo, semelhante a um grão de pó, a uma partícula de poeira, tamanha é a dimensão do Espaço. Sabemos também, através do estudo de cientistas, que existem um número incomensurável de galáxias, algumas, inclusive, maiores e mais velhas do que a nossa Via Láctea e que dentro dessas galáxias existem inúmeras estrelas incandescentes como o nosso sol (e até bem maiores do que ele!) e orbitando junto dessas estrelas, inúmeros outros planetas.
A Inteligência Universal, sendo a perfeição e a sabedoria supremas, não faria algo tão grandioso para habitar somente, em um único planeta, um certo número de espécies. Seria desperdício de energia e espaço.
Os planetas evoluem em conjunto com seus habitantes. Nesse sentido, existem mundos como a Terra, onde ainda existem dores, sofrimentos, violências e guerras, mas também existe solidariedade, alegrias e beleza. Com certeza existem os que são mais evoluídos do que nós e possuem inteligência e tecnologia avançadíssimas. Além disso, existem os que se encontram em um nível evolutivo abaixo do nosso.
Em diversas orientações do Astral Superior, são citados planetas ainda tão densos que os seres que existem neles se arrastam, tais como feras. É citado também que é para esses planetas, onde prevalecem a brutalidade e a animalidade, que irão os seres igualmente brutais que não se colocaram no caminho do bem durante sua encarnação na Terra.
No filme, podemos ver que Calvin é um ser extremamente inteligente, mas voraz e violento. Com isso podemos inferir que ele se encontra mais no polo evolutivo animal do que no polo humano propriamente dito. Porque o instinto de sobrevivência é tão forte que o alienígena nem sequer tem um momento de hesitação antes de matar. Nele estão desenvolvidas a inteligência, a percepção, a determinação em sobreviver, mas não sentimentos mais elevados como empatia e compaixão.
Sabemos que a pesquisa espacial avança cada vez mais e a busca por outras formas de vida é uma realidade. Porém, estamos nós, a humanidade, preparados para o que vamos encontrar? Saberemos encontrar seres mais sutis e evoluídos sem tentar massacrá-los? Saberemos encontrar seres mais brutais e violentos como o Calvin e ser capaz de nos proteger deles?
Não estou a afirmar que não devemos buscar vida em outros planetas ou parar o avanço do conhecimento espacial. De jeito nenhum! Porém quero convidá-los a refletir: talvez seria melhor se fizéssemos ao mesmo tempo e pesadamente um investimento no desenvolvimento humano, em nos conhecer, em amadurecer. Essa reflexão também foi levantada em orientações do Astral Superior: “De que adianta conhecermos o espaço e permanecer cada um desconhecido a si mesmo?”.
Em suma, é muito importante que nós trabalhemos em prol do nosso auto aperfeiçoamento mental, emocional e principalmente espiritual, uma vez que, se a humanidade mata os da própria espécie, será ela capaz de respeitar outros muito mais diferentes? Só assim poderemos receber seres de outros planetas com o devido respeito e sabedoria e sem passar vergonha diante dos mais evoluídos.
Por Izabella de Freitas Acipreste
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