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18 Jun ESTUDO DE CASO: FILME HYPNOTIC
27 de outubro de 2021 na Netflix | 1h 28min | Terror, Suspense
Direção: Matt Angel, Suzanne Coote |
Roteiro: Matt Angel, Suzanne Coote
Elenco: Kate Siegel, Jason O’Mara, Dule Hill
SINOPSE
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Em Hypnotic, querendo mudar a vida, uma mulher (Kate Siegel) busca a ajuda de um hipnoterapeuta bem renomado. Mas depois de algumas pesadas sessões, ela descobre que sua terapia está lhe fazendo mais mal do que bem, revelando inesperadas e mortais consequências na sua vida.
AVALIAÇÃO DOS CRÍTICOS DE CINEMA
“A trama se desenvolve à medida que Jennifer, inicialmente relutante, decide explorar a terapia com o Dr. Collin. Entretanto, o espectador é levado a questionar a legitimidade e as intenções do terapeuta, pois a mudança prometida não se revela exatamente para melhor. O filme toca em temas complexos relacionados à manipulação psicológica, hipnose e os limites éticos da prática terapêutica.”
“A atuação de Kate Siegel como Jennifer é cativante, capturando de maneira convincente a dor e a vulnerabilidade de sua personagem. A dinâmica entre os personagens, especialmente a relação entre Jennifer e o enigmático Dr. Collin, cria uma atmosfera de suspense e intriga ao longo do filme.”
“A direção e a cinematografia desempenham um papel crucial na construção da atmosfera tensa e misteriosa da narrativa. Elementos visuais e auditivos são habilmente utilizados para intensificar a experiência do espectador, aumentando a sensação de desconforto à medida que a trama se desenrola.”
“’Hypnotic’ aborda questões profundas relacionadas à superação de traumas, questionando os métodos e limites da terapia, ao mesmo tempo em que mergulha no lado sombrio do poder psicológico. A reviravolta na história desafia as expectativas do público, oferecendo uma reflexão intrigante sobre as ramificações de tentar controlar a mente humana para alcançar a felicidade.”
De forma geral a crítica dos especialistas desperta o público para reflexões acerca de tratamentos terapêuticos que podem se tornar um risco para a saúde mental das pessoas e, portanto, o alerta deverá ser considerado para que possam ter cautela ao buscar por profissionais que oferecem procedimento que podem colocar em suspeita a ética e o profissionalismo. E para além de tudo isso o mais grave tratamentos inadequados podem agravar de forma violenta o sofrimento das pessoas.
1 OBJETIVO DO ESTUDO
Neste caso queremos destacar as reflexões acerca dos temas: hipnose, telepatia e mediunidade; para orientar e esclarecer as pessoas sobre os riscos que podem acarretar determinadas ações e intervenções que perturbam a vida de relação, quando não se esclarecem espiritualmente.
2 CONSIDERAÇÕES INICIAIS
O filme provoca uma reflexão pois aponta o lado perigoso de uma técnica aplicada de forma inadequada por um profissional que também se encontra em estado de alterações e perturbações emocionais e consequentemente uso de um conhecimento para interesses pessoais. O risco de se fazer uso de um recurso manipulando a vida das pessoas em função de um interesse egoístico chega à perversidade de uma conduta invasiva e violenta para com seus semelhantes. Neste caso é preciso considerar ainda as características desencadeadas pelo ser que possui uma força espiritual que está relacionada com o poder do pensamento, com o órgão telepático e sua capacidade de atuação direcionada para o mal por desconhecer as forças espirituais que envolvem os seres e sua natureza. Estamos falando de um aspecto que a ciência e seus estudiosos desconsideram, mas que observamos o quanto interfere na vida dos seres humanos. Vamos abordar essas questões no decorrer do estudo.
O filme:”Hypnotic” mergulha profundamente em temas complexos relacionados à manipulação psicológica, hipnose e os limites éticos da prática psicoterapêutica, oferecendo uma narrativa que desafia as noções convencionais sobre a “cura” dos mais variados tipos de transtornos mentais. A exploração desses elementos proporciona uma análise intrigante sobre o poder da mente e as consequências de tentar controlar ou alterar seu funcionamento. Lembrando que essa exploração tem se efetivado tanto pelo viés da ciência experimental quanto das práticas religiosas e místicas as quais muitas vezes utilizadas pelas pessoas que acreditam no poder de seus “dons”.
Ao longo dos anos, a compreensão da hipnose evoluiu de uma prática mística para uma abordagem mais científica, com aplicação clínica e terapêutica em diversos campos e continua a ser objeto de pesquisa nas áreas de psicologia e neurociência e suas aplicações vão desde o controle da dor até o tratamento de distúrbios e alterações fisiológicas mais complexas. No entanto, seu uso ainda pode ser controverso e varia em aceitação em diferentes contextos clínicos e/ou científicos.
O conceito de hipnose é descrito pelos estudiosos do assunto como um estado alterado de consciência que ocorre no contexto de uma interação social. É um modo motivado de funcionamento neural que permite ao indivíduo alterar sua experiência do corpo, do eu, das ações e do mundo. A essência da hipnose está na autoativação espontânea desse modo de funcionamento neural. A chamada autoativação do transe é um comportamento característico de indivíduos altamente hipnotizáveis. É caracterizada por atenção focada, absorção, dissociação e imaginação plástica. Tem a capacidade de modificar a atividade do córtex pré-frontal, da rede de modo padrão e da neuro matriz da dor, e pode aumentar o limiar de dor até o nível da anestesia cirúrgica. Ela pode ser utilizada como único anestésico, como adjuvante à anestesia farmacológica e como técnica no pré e pós-operatório. Terapeutas acreditam que é uma técnica segura com efeitos significativos sobre o sofrimento emocional.
Por outro lado, ressaltamos que a pessoa que hipnotiza está no controle da situação e poderá utilizar da fragilidade e susceptibilidade do hipnotizado que será manipulado pelos interesses daquele que hipnotiza. Como no filme o terapeuta estabelece uma relação obsessiva e controladora para com seus pacientes, agravando assim ainda mais seus desequilíbrios emocionais e mentais. É o que propomos analisar nesse estudo.
3 TEMÁTICA DO FILME
“Hypnotic” é um filme que apresenta uma narrativa intrincada que vai além do entretenimento, explora temas psicológicos complexos e levanta questões sobre os limites éticos da ação de um terapeuta. Ao mesmo tempo desafia o espectador atento a refletir sobre a natureza da mente, os perigos da manipulação psicológica e a importância de saber identificar profissionais éticos e responsáveis com o tratamento de pessoas em sofrimento psicológico.
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4 ANÁLISE
O filme inicia a trama apresentando as relações e comportamentos de pessoas que enfrentam desafios e circunstâncias que levam a dores emocionais. Jennifer é uma jovem mulher enfrentando a crise de um casamento desfeito após sofrer a perda do primeiro filho e por não conseguir superar essa perda rompe o relacionamento conjugal, afasta-se do trabalho e das relações sociais.
A vulnerabilidade psicológica da personagem: Jennifer, é revelada em seu comportamento que busca por uma solução para sua dor emocional. Ela conhece o Dr. Collin Meade, um terapeuta aparentemente benevolente, que lhe apresenta uma ferramenta para a mudança, a técnica da hipnose. Com a influência e insistência da melhor amiga sua aceitação para o tratamento se efetiva e a relação entre terapeuta e paciente é estabelecida de maneira rápida e intensa. Nessa relação fica muito clara durante toda a trama do filme que o terapeuta age de maneira possessiva, levando o espectador a questionar até que ponto a influência psicológica pode ser benéfica ou prejudicial para o curso de um tratamento onde não se considera a ética e a moral.
A proposta de soluções rápidas para a dor emocional de Jennifer levanta questões sobre a responsabilidade do terapeuta e os potenciais danos causados pela manipulação psicológica. A hipnose neste caso é usada de forma invasiva pelo terapeuta que utiliza da força de seu pensamento telepático de forma avassaladora e impetuosa para dominar as ações da paciente e realizar seus próprios desejos.
O personagem do terapeuta Dr. Collin Mead, filho de um pesquisador importante que estudou a fundo as potencialidades da mente humana e utilizava a técnica da hipnose, tentando modificar a realidade através do controle da mente humana, direcionou seu conhecimento para manipular seus pacientes e obter interesses próprios que ferem a ética profissional e ultrapassa os limites do respeito pelo semelhante. Após vivenciar a perda da esposa e a dor do abandono faz uso dos seus conhecimentos de forma errônea prejudicando assim a vida de outras pessoas. Para tentar reviver os momentos que teve com a esposa amada, procura por outras mulheres vulneráveis em suas dores para ocupar o lugar dessa esposa e com suas tendências perversas engana e manipula essas mulheres, e Jennifer é sua vítima por ter grande semelhança física com sua esposa.
A linha tênue entre usar a hipnose para ajudar o paciente a superar traumas e seu uso como meio de controle é explicita e a narrativa levanta questões éticas relacionadas à prática terapêutica através da atuação do Dr. Collin Meade ultrapassando os limites aceitáveis de intervenção. Jennifer é levada a confiar no terapeuta pois está vulnerável e sensível, como todo paciente que busca apoio psicológico. À medida que a história se desenrola, as consequências da manipulação mental se tornam cada vez mais evidentes. O filme explora os efeitos colaterais não intencionais e prejudiciais que interferem nos processos mentais de uma pessoa.
Manter uma visão restrita dos fenômenos físicos e psíquicos expressos pelos comportamentos dos seres humanos leva toda a humanidade a sofrimentos durante a existência terrena. A ciência classifica essas dores e sofrimentos em seus manuais de transtornos comportamentais e doenças físicas, por desconsiderar os poderes espirituais que envolvem todo esse contexto. Desconsideram também as faculdades mediúnicas que alguns seres apresentam e não sabem controlar por desconhecerem seus atributos e faculdades de espírito encarnado num corpo físico. Os fenômenos psíquicos necessitam ser estudados, compreendidos e controlados através da consciência de si mesmo, do raciocínio e do domínio próprio que são os atributos do espírito capaz de controlar influências devastadoras e trazer o equilíbrio mental para cada ser.
A personagem Jennifer demonstra a recuperação do seu domínio próprio ao perceber a conduta inadequada do terapeuta depois de provocar o envenenamento do seu esposo, momento em que desperta em sua consciência como estava se deixando envolver pelas investidas e controle do terapeuta Dr. Collin. Sua ação de raciocinar, analisar o contexto da situação e buscar as informações acerca do profissional a levou a descoberta de sua história de conduta inadequada, no qual ele levou a primeira personagem a sofrer um ataque fulminante durante uma crise de pânico no elevador, quando dominada pelo estado de hipnose e sugestão. Com a ajuda do detetive que trabalhou no caso o desenrolar da trama, revela um terapeuta ambicioso, perverso e compulsivo pela dominação de trazer de volta a esposa falecida.
O personagem do terapeuta que passou por traumas no passado na relação difícil com o pai e posteriormente com a perda da esposa, revela suas dificuldades para enfrentar traumas psicológicos e por se deixar influenciar e se perder nas artimanhas de sua própria mente. Observamos o comportamento obsessivo do terapeuta que inclui a exploração consciente das fraquezas e vulnerabilidades da paciente, fazendo uso das informações confidenciais compartilhadas durante as sessões terapêuticas para ganhar controle psicológico, criando uma dinâmica desequilibrada e comprometendo a integridade do processo terapêutico. A interconexão entre a fragilidade da psique humana e o comportamento controlador e obsessivo de um terapeuta pode criar uma narrativa rica em complexidade e tensão emocional. Essa dinâmica destaca os perigos potenciais quando a vulnerabilidade do paciente é explorada de maneira indevida pelo terapeuta que utiliza de seu potencial telepático para controlar seus pensamentos e ações.
Nesses estados de fragilidade, as pessoas podem ser mais propensas a adotar crenças irracionais ou supersticiosas, especialmente se estiverem buscando explicações reconfortantes para suas dificuldades. O raciocínio crítico pode ser afetado, levando a interpretações distorcidas, no qual seu raciocínio pode ser confundido por medos, ansiedades ou crenças irracionais relacionadas a influências espirituais negativas, desencadeando padrões de pensamento disfuncionais e dificultando a capacidade de lidar eficazmente com desafios da vida.
Com a consciência recobrada, Jennifer, após se ver na eminência de ter cometido um crime envenenando o marido, sob a atuação da hipnose, começa a analisar os fatos raciocinando em cada momento que esteve com o terapeuta, e sua consciência manifesta sinais de que algo de estranho estava ocorrendo na relação com o terapeuta. Isso mostra que o livre arbítrio colocado em ação através da capacidade de raciocinar promove a autoconfiança para o ser se desvencilhar das artimanhas da vida. Com o auxílio do detetive Dayne, a trama finaliza com a revelação da verdadeira intenção do Dr. Collim Mead.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
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A influência da expectativa e atitude positiva em relação à hipnose na resposta hipnótica está relacionada ao poder do efeito placebo e à sugestibilidade. Quando uma pessoa espera que a hipnose seja eficaz e beneficie-as de alguma forma, isso cria uma expectativa positiva, e por si só, levará a melhorias percebidas e pode ativar mecanismos cognitivos no cérebro que aumentam a receptividade a sugestões hipnóticas.
Se alguém acredita que a hipnose pode ajudar a reduzir a dor, aliviar o estresse ou resolver um problema específico, eles podem estar mais abertos a experimentar esses benefícios durante uma sessão hipnótica. Isso cria um ciclo positivo, onde as experiências anteriores influenciam a atitude em relação a futuras sessões, tornando a pessoa mais propensa a responder positivamente à hipnose. A confiança e a relação entre o hipnotizador e o indivíduo desempenham um papel significativo. Esses elementos demonstram como a psicologia e as expectativas do sujeito desempenham um papel fundamental na eficácia percebida da hipnose.
No filme em questão podemos observar como o terapeuta utiliza da atitude positiva da paciente Jennifer de querer restabelecer seu equilíbrio emocional, mas abusa de seu poder de persuasão e manipulação para controlar sua mente.
A história nos mostra que a origem da hipnose remontaria ao antigo Egito e Grécia. Por muitos séculos caiu no esquecimento e foi redescoberta na segunda metade da década de 1700 por Franz Mesmer. Ele notou que, ao entrar em ressonância empática com o paciente, era possível aliviar e até resolver seus sintomas.
Sigmund Freud (1856-1939), utilizou a hipnose como uma ferramenta terapêutica, mas depois abandonou-a em favor da associação livre com a estruturação da psicanálise. No entanto, sua abordagem destacou a importância do inconsciente, influenciando a compreensão da mente e da terapia.
Gustav Geley (1868-1924) foi um médico e parapsicólogo francês que se interessou por fenômenos paranormais e psíquicos. Sua teoria sobre a anatomia do psiquismo e o “núcleo neurótico” está associada ao campo da parapsicologia e espiritualismo. Sua hipótese sugere que a mente humana é composta por várias camadas, cada uma com funções distintas. Essas camadas são concebidas como diferentes níveis de consciência ou dimensões psíquicas. Ele acreditava que esse núcleo tinha uma natureza energética e estava associado a fenômenos paranormais. Ele propôs que os pensamentos e emoções não são apenas processos mentais, mas também têm uma existência real em um nível mais sutil. Ele sugeriu que pensamentos semelhantes ou relacionados se agrupam em “afinidades de pensamento” ou “nuvens de pensamento” que podem persistir além do tempo e do espaço. Uma das ideias mais controversas de Geley era a sugestão de que as afinidades de pensamento poderiam persistir após a morte física. Ele acreditava que as mentes individuais poderiam continuar a existir em um estado pós-morte, influenciando e interagindo com outras mentes.
Geley conduziu uma série de experimentos e pesquisas para tentar validar suas teorias, muitas vezes envolvendo os médiuns e práticas espiritualistas. Ele também foi presidente da Sociedade Francesa de Estudos Psíquicos. No livro “O Ser Subconsciente”, cujo título não é outra coisa senão o perispírito, o Dr. Geley talvez desejasse emprestar uma terminologia mais neutra, que pudesse interessar o homem de ciência de seu tempo. A substância que compõe o ser subconsciente é “homogênea, inacessível aos sentidos normais, imponderável, capaz de atravessar obstáculos materiais, suscetível de ser projetada parcialmente, bem longe da pessoa”. Por outro lado “é visível aos sensitivos em estado de hipnose”. ” O ser subconsciente exteriorizável – diz ele – é o produto sintético duma série de consciências sucessivas que se fundem nele e que pouco a pouco o constituem”. E assim, com essa terminologia, o livro faz uma síntese explicativa dos fenômenos obscuros da psicologia normal e paranormal.
Ao investigar a utilização desta técnica, profissionais que trabalham em abordagens psicológicas e da Neurociências, apontam que a hipnose é de grande contribuição para aqueles que se especializaram nela como tratamento coadjuvante na clínica. Neste sentido, estudos neuropsicológicos através de testes neuro radiológicos confirmam a validação científica investida na hipnose, conferindo-a credibilidade para seu uso. Outro dado relevante é a apreciação da hipnose pelos Conselhos Federais e regionais de várias especificidades como a Medicina, a Psicologia entre outras. Ao investigar a utilização da Hipnose na Psicologia Clínica estão sendo esclarecidas várias dúvidas e como também se busca estimular a curiosidade sobre a hipnose tanto a nível teórico como prático. O fato de haver interligações entre a hipnose, a psicoterapia, bem como os avanços nas técnicas de imagiologia cerebral, nos leva a esperar novos desenvolvimentos de interesse no futuro próximo para o tratamento da depressão. Os estudos imagiológicos em indivíduos hipnotizados podem também contribuir para a compreensão de como as sugestões influenciam os padrões de ativação cerebral. O que deve ser estudado para não incorrer em prejuízos para os pacientes em sofrimento.
Na perspectiva espiritualista, filosófica e científica do Racionalismo Cristão, a questão é entendida a partir do princípio básico de que somos constituídos de Força e Matéria, sendo essa força o espírito que incita e conduz o corpo físico para que possa se processar a evolução. Nesse processo o espírito enquanto ser encarnado irá dispor de alguns atributos e faculdades correspondentes ao seu grau de evolução e precisará experimentar situações que favorecem o aprimoramento de sua imperfeição. No que se refere às faculdades espirituais, a mediúnica precisa ser bem compreendida pois ela se desenvolve nas diversas reencarnações e irá depender da ação da vontade de cada ser. Muitas vezes o indivíduo cai em desequilíbrios por não saber fazer uso adequado de seus atributos, pois ao se ver obrigado a raciocinar e analisar os desafios que a vida lhes apresenta, se lançam na busca do caminho da verdade, mas pode incorrer em caminhos que levam a dores e sofrimentos, isto por não saber controlar seus impulsos egoístas e ambições desmedidas.
São diversas as faculdades mediúnicas que o espírito poderá desenvolver numa encarnação, as mais recorrentes são: a intuitiva, olfativa, vidente, psicográfica, clarividente e de incorporação. Em cada ser elas irão variar de acordo com o temperamento, o sistema nervoso, sentimentos, sensibilidades e grau de evolução.
Há ainda a faculdade denominada telepatia ou transmissão de pensamento, mas que na condição de ser encarnado, ser humano, não poderá dispor em seu corpo físico uma vez que seu grau de evolução ainda não está preparado para dominá-la. E seu uso de forma indevida retarda a sua evolução pois seu poder é capaz de devassar os pensamentos alheios transformando-se numa ‘válvula’ de retenção das misérias humanas, pois tentar controlar a mente do semelhante é criar uma sugestão mental que interfere no livre arbítrio e invade a vida alheia.
Na mediunidade de incorporação podemos observar uma interação entre a estrutura embrionária, denominada glândula Pineal, identificada pelos estudos da neurociência, mas citada por Luiz de Mattos, que há uma ação coordenada na qual ocorre a captação dos pensamentos de espíritos desencarnados ou não viabilizando a faculdade da telepatia.
Nesse aspecto podemos refletir sobre o poder da telepatia como recurso de transmissão de pensamentos e manipulação de comportamentos. Estamos falando de uma faculdade espiritual muito rara entre os seres humanos e que precisa de muita atenção pois carrega um poder de devassar pensamentos alheios quando manipulada de forma errada. Trata-se de uma faculdade que segundo Luiz de Mattos (1971), não pode ser criada no corpo físico como forma de órgão telepático por ser o grau médio de evolução da humanidade insuficiente para poder o indivíduo utilizar esse atributo, o que revela a gravidade do seu uso de maneira avassaladora.
Aqueles que conhecem e desenvolvem a faculdade telepática estão cometendo erros graves pois manipulam forças sob influências deletérias, intuídos por falsas promessas de salvação e curas milagrosas. Isso acarreta atraso na evolução espiritual e transtornos mentais graves revelados nos comportamentos dos seres humanos.
Sob um controle adequado e em condições de equilíbrio o ser humano que conhece suas faculdades e exerce o devido domínio e consciência de si a partir dos conhecimentos da vida espiritual, saberá fazer bom uso de seus atributos direcionados para o bem comum. Por outro lado, aquele que desconhece ou ignoram os fenômenos físicos e psíquicos presentes nesse mundo de escolaridade e desconhecem suas faculdades espirituais se perdem na loucura, nos suicídios, desastres, enfim caem em estados de desordens físicas e mentais e se veem vulneráveis às investidas dos espíritos obsessores a controlar suas vidas.
Profissionais de saúde mental desempenham um papel importante ao fornecer suporte e orientação a seus pacientes, considerando a espiritualidade como parte integrante do contexto emocional de uma pessoa. Podem optar por abordagens terapêuticas que integram as crenças espirituais do paciente, mas é preciso considerar uma discussão ética sobre a espiritualidade como parte do processo terapêutico, ajudando a pessoa a reconciliar suas crenças com a realidade e promovendo um raciocínio mais equilibrado, sem se deixar influenciar e se perder, pois, trata-se de uma situação complexa e multifacetada.
Estudos científicos vêm comprovando que, “já está bem documentado que aspectos físicos, emocionais, sociais e cognitivos saudáveis da saúde são fortemente promovidos por uma compreensão da vida que admite a realidade as experiências autotranscendentes e da vida espiritual após a morte” (Moreira et al,2021 p.5)
Estamos tendo progresso nos estudos acerca dos processos físicos, mentais e espirituais que surgem na consciência humana e que são experimentados ao longo de toda a existência terrena dos seres humanos, mas é preciso fazer com que as pessoas queiram se esclarecer e se espiritualizarem a partir do aprofundamento no conhecimento da vida na sua total transcendência.
Por Cristina Araújo Leão – Psicóloga e Militante na filial BH do Racionalismo Cristão. 05/03/2024.
REFERÊNCIAS
A RELAÇÃO hipnoterapêutica com pacientes traumatizados: contribuições de Pierre Janet para o tratamento atual. Kathy Steele, Onno van der Hart. 02, p. 145-163, abr. 2019.
GELEY, Gustave. O ser subconsciente. 2020. disponível em: <https://larbomrepouso.com.br/wp-content/uploads/2020/04/> Acesso em: 25/02/24.
MATTOS, Luiz de. Cartas Oportunas sobre o Espiritismo 14. ed. Rio de Janeiro: Centro Redentor, 1991.
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